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Texto do episódio
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Mane autem facto, consilium inierunt adversus Iesum, ut eum morti traderent, et vinctum adduxerunt eum, et tradiderunt Pontio Pilato praesidi — Chegada a manhã, reuniram-se em conselho para entregar Jesus à morte. E, amarrado, o conduziram e entregaram ao governador Pôncio Pilatos (Mt 27, 1-2). 

Pilatos, depois de muitas interrogações feitas aos judeus e ao nosso Salvador, reconheceu que Jesus era inocente e que as acusações eram, na verdade, calúnias. Por isso, dirigiu-se aos judeus e disse que não encontrava motivo para condenar aquele homem (cf. Jo 18, 38). Vendo, porém, os judeus tão empenhados em matá-lo, e ouvindo que Jesus era da Galileia, remeteu-o a Herodes a fim de livrar-se do embaraço (cf. Lc 23, 7). 

Herodes sentiu uma grande alegria por ter diante de si a Jesus Cristo, esperando presenciar algum dos muitos prodígios feitos pelo Senhor, como lhe haviam relatado. Começou então a interrogá-lo com muitas perguntas. Jesus, porém, se cala e nada responde, repreendendo assim a vã curiosidade daquele temerário (cf. Lc 23, 9).

Pobre da alma à qual o Senhor não fala mais! Meu Jesus, era isso que eu merecia, depois de me haverdes chamado tantas vezes ao vosso amor com tantas vozes piedosas e eu não vos ter dado ouvido. Mereceria, sim, que não me falásseis mais e me abandonásseis. Não o façais, porém, meu amado Redentor. Tende piedade de mim e falai-me: “Falai, Senhor, porque vosso servo vos escuta” (1Sm 3, 9). Dizei-me, Senhor, o que quereis de mim, pois em tudo eu quero obedecer-vos e contentar-vos.

Mas, vendo Herodes que Jesus não lhe respondia, desprezou-o e, considerando-o louco, mandou que o revestissem com uma veste branca e zombou dele, no que foi acompanhado por sua corte inteira; e assim vilipendiado e escarnecido, o reenviou a Pilatos (cf. Lc 23, 11).

Eis como Jesus é então levado pelas ruas de Jerusalém, revestido com aquela veste de escárnio.

Ó meu Salvador desprezado! Ainda faltava esta injúria: ser tratado como louco! Ó cristãos, contemplai como o mundo trata a Sabedoria eterna! 

Bem-aventurado aquele que se alegra ao ser tratado como louco pelo mundo e não quer saber de mais nada senão de Jesus crucificado, amando os sofrimentos e desprezos e dizendo com São Paulo: “Pois julguei que não devia saber coisa alguma entre vós senão a Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1Cor 2, 2).

O povo hebreu tinha o direito de pedir ao governador romano a libertação de um réu na festa da Páscoa. Por isso Pilatos propõe-lhes Jesus e Barrabás, dizendo: “A quem quereis que eu solte, a Barrabás ou a Jesus?” (Mt 27, 21). Pilatos esperava certamente que o povo preferisse Jesus a Barrabás, homem perverso, homicida e ladrão público, odiado por todos. Mas o povo, instigado pelos chefes da sinagoga, pede, de repente, sem nenhuma deliberação, a Barrabás. Pilatos, surpreendido e ao mesmo tempo indignado, vendo um tão grande perverso ser preferido a um inocente, diz: “Que farei então de Jesus? Todos responderam: Seja crucificado! E Pilatos: Mas que mal ele fez? E eles gritavam ainda mais: Seja crucificado!” (Mt 27, 23).

Ah, Senhor, assim procedi eu quando pequei. Eu me propus então qual coisa gostaria de perder mais rápido: vós ou aquele vil prazer. E respondi: “Quero o prazer e não me incomodo de perder a Deus!” Assim outrora falei, meu Senhor. Agora, porém, digo que prefiro a vossa graça a todos os prazeres e tesouros do mundo. Ó bem infinito, ó Jesus, eu vos amo acima de todos os bens: só a vós quero e nada mais.

Assim como foram apresentados ao povo Jesus e Barrabás, também foi apresentado ao Eterno Pai quem ele queria salvar: seu Filho ou o pecador. E o Pai Eterno responde: “Morra meu Filho e salve-se o pecador!” É o que atesta o Apóstolo: “Não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós” (Rm 8, 32). Sim, o próprio Salvador diz que a tal ponto Deus amou o mundo que, para salvá-lo, entregou aos tormentos e à morte seu Filho unigênito (cf. Jo 3, 16). Por isso exclama a Igreja: “Ó admirável condescendência de vossa piedade para conosco! Ó inapreciável predileção de vossa caridade: para remirdes o escravo, entregastes o Filho!” (Hino Exsultet).

Ó santa fé! Como pode um homem que crê nessas coisas, não transformar-se todo em fogo para amar um Deus que tanto ama as criaturas? Oxalá tivesse eu sempre diante dos olhos esta imensa caridade de Deus!

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